sábado, 23 de abril de 2011

Consagração do Sobreiro a Árvore Nacional de Portugal



Está em curso uma campanha lançada pela Associação Transumância e Natureza (ATN) e pela Árvores de Portugal para a consagração do Sobreiro como a Árvore Nacional de Portugal

Sendo este um símbolo da nossa Identidade, em elemento essencial da nossa biodiversidade e um factor de relevo numa óptica de desenvolvimento sustentável, o MNA apoia totalmente esta iniciativa!

Em primeiro lugar aconselhamos a leitura deste pequeno texto do Colectivo Germinal acerca desta iniciativa, e a visita a este blogue onde podem obter informações sobre alguns dos nossos mais belos sobreiros.

De forma a ilustrar melhor este caso, o MNA colocou três questões à ATN, que a seguir reproduzimos.

1) Uma dúvida que se pode colocar imediatamente às pessoas é que, sendo o sobreiro uma árvore já protegida, que vantagens acrescidas trará a elevação do mesmo ao estatuto de Árvore Nacional. Na petição refere-se a biodversidade que daí se ganha, o evitar da desertificação e do desordenamento do território, e o potencial turístico associado a este ecossistema. Poderão indicar-nos casos concretos de sucesso, de projectos que tenham já sido levados a cabo neste âmbito?
A resposta não é fácil. No nosso caso (ATN) assumimos que a vantagem que vemos neste processo é a “interiorização” por parte da sociedade de que o sobreiro é mesmo importante seja do ponto de vista ambiental ou ecológico seja do ponto de vista económico. Por muitas leis que existam para protecção de uma espécie ou de uma formação florestal (montado de sobro e sobreirais) o ideal é que a nossa sociedade reconheça (instintivamente e por capilaridade) a necessidade da sua protecção. Por outro lado o sobreiro desapareceu (ou seja foi exterminado podemos dizer assim) em cerca de 2/3 do nosso país ao longo dos séculos), e ele continua a ter um enorme potencial em todo o país devido ao facto das suas características em termos de exigências edafoclimaticas coincidirem quase exclusivamente com as que caracterizam esta faixa atlântica da Península Iberica. O Sobreiro representa a Atlanticidade, ou a prsença da influencia atlântica nos ecossistemas do território peninsular (e essa faixa é quase só Portugal… e a Galiza). Ou seja para além de protegermos o sobreiro, procuramos dar o contributo para o reinstalar nos territórios onde desapareceu por acção humana, Queremos dar o contributo para o aumento da área de sobreiro e para o melhoramento do estado de conservação desses povoamentos devido aos benefícios ecológicos (em biodiversidade) que lhe stão sociados. Em relação a exemplos… o facto de Portugal ser o maior produtor nacional de cortiça, o facto da cortiça ser um dos pilares da nossa fileira florestal (fileira essa que tem posição cimeira no nosso PIB) são casos declarados sobre o valor económico desta árvore. Em termos ecológicos os exemplos não são tão conhecidos mas são óbvios. Sejam árvores isoladas sejam os extensos montados do Alentejo e Ribatejo, a esta espécie está associada a uma elevada biodiversidade e sustentação de habitats naturais muito importantes. O tema é vasto e tem vindo a crescer o seu rconhecimento público,, sobre isso aconselho a consulta de  http://vimeo.com/3357193 e http://www.wwf.pt/o_que_fazemos/hotspots_de_biodiversidade_e_servicos_do_ecossistema_/montado_de_alto_valor_de_conservacao_/


2) No Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, por exemplo, para além da preservação dessa espécie animal, também se trabalha a preservação de certas espécies florestais do nosso património como é o caso do Teixo. A vossa associação tem conhecimento de muitas entidades que façam este tipo de trabalho? As Árvores de Portugal ou a ATN costumam prestar auxílio a estes projectos?
A ATN www.atnatureza.org desenvolve um conjunto de acções de protecção do coberto vegetal autóctone (na Faia Brava), temos plantado milhares de árvores (temos um viveiro florestal), fazemos uma campanha de vigilância de incêndios, promovemos a criação de uma Zona de Intervenção Florestal (no vale do Côa) por causa dos sobreiros. A a associação Árvores de Portugal está centrada na protecçã das árvores. O FAPAS também se dedica à protecção da flora. Se quer que lhe diga há bem mais exemplos de projectos de protecção de fauna do que de flora, em Portugal..


3) Aqueles que lêem estas linhas, para além de assinar a petição, que mais podem fazer por esta causa?
A meu ver o maior contributo é o envolvimento (voluntário) que vocês possam ter na própria concepção das novas etapas deste projecto, ou seja estamos agora concentrados em concretizar a formalização legal desse estatuto (que tem apenas valor simbólico) mas não está bem definido o que vem a seguir (e tem mesmo de haver um seguimento deste esforço).


E agora, depois de toda esta informação, está na hora de assinar a  petição!