segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Introdução ao Movimento Nacional-Sindicalista Português

Quando falamos de Nacional- Sindicalismo as pessoas lembram-se sempre da versão Espanhola e ignoram a versão Portuguesa do fenómeno, impulsionado por Rolão Preto e muitos outros activistas Portugueses.
O Nacional-Sindicalismo foi odiado quer pela ditadura do Estado Novo em Portugal quer pela oposição comunista; os comunistas gostam de se esquecer de que eles não eram o único movimento político perseguido pelo governo.

Eu não vos vou contar a história deste movimento, mas apenas as suas tendências políticas que fizeram com que os seus membros fossem considerados como "fascistas" pela esquerda e como "comunistas" pela direita.

Foi um movimento orientado por e para trabalhadores, apesar de também contar com muitos intelectuais nas suas fileiras. Usavam camisas de brim azul, pois eram essas as camisas do proletariado Português naquela época.



Defendiam a implementação de um vencimento familiar para a da dona de casa, pois consideravam que cuidar do lar e da família era um trabalho deveras difícil e importante que deveria ser pago como tal.

Eles tiveram sindicatos de trabalhadores que incluíam tanto agricultores como trabalhadores da fábrica, juntamente com trabalhadores de “colarinho branco” e trabalhadores manuais; não eram direitistas nem esquerdistas, visto que acreditavam que os rótulos eram apenas outra forma de dividir a população da Nação.

Pregavam que a riqueza só deveria ser produzida através do trabalho, não por especulação ou por usura como era prática corrente na altura, e ainda o é agora: só o trabalho duro deveria ser recompensado com a criação de riqueza.

Todas as famílias deveriam ter o direito a uma casa, sem hipoteca, ou seja: você e sua família deveriam ter uma casa sem ter que a pagar aos bancos para o resto da sua vida como condição para a possuir!

O Poder Local deveria ser muito forte, em oposição ao poder central que corrompe, como todos os poderes o fazem.

Opuseram-se igualmente à acumulação de cargos políticos, governamentais e privados, algo ainda muito na moda no Portugal de hoje, onde os políticos trabalham em simultâneo para empresas privadas e até mesmo em empresas Estatais, reunindo vários salários em vez de apenas um.

Eles foram também os primeiros a pregar o anti-colonialismo: Portugal deveria criar algo externo aos sabores e vontades da Comunidade Britânica, em vez de manter o domínio imperial. Eles estavam muito à frente do seu tempo.

Por difundir uma crença que estava para além do liberalismo, capitalismo e comunismo, eles foram forçados ao exílio, perseguidos ​​e enviados para a prisão pelo governo de extrema-direita, bem como atacados nas ruas pela extrema-esquerda e comunistas que odiavam a sua popularidade entre as classes trabalhadoras.

Eles foram ainda referidos como "Nacional-Comunistas" por defenderem um forte senso de comunidade nacional, ao mesmo tempo que apoiavam a guerra de classes (dos oprimidos contra os opressores) e emancipação dos trabalhadores.

Há muito a descobrir ainda sobre este Movimento uma vez que a ditadura do Estado Novo deu o seu melhor no intuito de apagá-la da memória, e depois da revolução Portuguesa os democratas fizeram exactamente a mesma coisa. Temos ainda muito a pesquisar sobre este Movimento que reuniu sob a mesma bandeira milhares dispostos a lutar tanto contra um governo de extrema-direita como contra uma oposição inócua da extrema-esquerda.

traduzido a partir de http://openrevolt.info/2011/09/06/the-portuguese-national-syndicalist-movement/