sexta-feira, 25 de março de 2011

Conferência "Unir para Avançar"



Realizou-se no passado dia 19 de Março de 2011, entre as 15h e as 20h, a conferência “Unir para Avançar”, no Hotel diplomático, rua Castilho, Lisboa. O MNA entrevistou o moderador do debate dessa tarde, João Martins.


1) Qual a importância e a razão para a realização de uma conferência Nacionalista nesta altura?

JM: Uma conferência tem sempre importância, pois implica simultaneamente a presença de uma personalidade influente (ou mesmo várias) e a apresentação de ideias consideradas prementes, face ao título que anima esse evento em concreto.
No caso particular da Conferência "Unir para Avançar", esta revestiu-se de uma importância dupla. Esta foi a 1ª conferência nacionalista do presente ano, na qual estiveram reunidas diversas gerações de militantes, diferentes sensibilidades ideológicas, mas sob o lema da unidade como elemento catalizador da tão desejada quanto necessária dinâmica nacionalista.
Por outra parte, a realização desta conferência nesta altura em que Portugal se encontra num período histórico de convulsões políticas e sociais, demonstra que os nacionalistas estão atentos aos sinais dos tempos e que estão cônscios que a conjuntura exige que os voluntários nacionais, entenda-se, os militantes nacionalistas, se apresentem prontos para enfrentaram a tempestade que se desenha no horizonte.


2) Quais foram os pontos fortes da mesma? O que é que ficou por discutir? Haverá em breve uma “parte II” da mesma?

JM: Sim, naturalmente haverá uma "parte II", não necessariamente sob a forma de conferência (ainda que eu seja favorável à ideia da realização de conferências sempre que as mesmas se imponham), mas, mais importante, por via de reuniões que definam a estratégia a doptar e as acções a implementar no imediato, tendo por base o título que animou a conferência, ou seja, é preciso UNIR para AVANÇAR.
Naturalmente nesta conferência ficou muito por debater, não é possível abordar tudo quanto desejariamos em 5 horas, mas ainda assim estou contente por verificar que durante essas 5 horas ficou expresso pelos oradores e pela assistência uma forte vontade em tornar a Área Nacional mais dinâmica, garantir que esta adquire Poder efectivo, sendo que por Poder quero dizer a capacidade de influenciar, alterar, de modificar o presente status quo.
Outro aspecto importante que me pareceu ter ficado desmistificado nesta conferência foi o de que, mesmo existindo uma heterogeneidade ideológica e de estilo no seio da família nacionalista, isto é, que mesmo cada um de nós pertecendo a dada família ideológica, todos sem excepção fazemos parte da mesma família política e que colocando de lado aquilo que nos afasta, focando-nos no essencial, naquilo que realmente nos une, é possível trabalharmos juntos, ombro com ombro, em prol da Nação. 



3) Uma semana antes da reunião, muitos Nacionalistas juntaram-se por livre iniciativa ao protesto da "Geração à Rasca", tido por muitos como um evento organizado pela extrema-esquerda. Fez sentido que os Nacionalistas nele participassem?

JM: A resposta é um claro Sim! Os nacionalistas devem estar para o povo como os peixes estão para a água. Os nacionalistas devem estar sempre junto do povo, conhecer os seus problemas, os seus anseios, as suas inquietações, auxiliá-lo, orientá-lo, apontar caminhos e estar na vanguarda das suas reivindicações, na defesa dos seus interesses, pois os interesses do nosso povo, são os interesses de Portugal.
No passado dia 12 dezenas de nacionalistas participaram nessa manifestação, muitos encabeçando a mesma, com as suas bandeiras, palavras de ordem, cânticos, garantindo que a nossa voz fosse ouvida não apenas por aqueles que ali estavam presentes, mas por todo o país, por via das entrevistas concedidas aos meios de comunicação.
Alguns terão considerado que a manifestação estava orquestrada pela esquerda. Que importa isso? Os nacionalistas não caminham nem à esquerda, nem à direita, o caminho dos nacionalistas é em frente. Acresce dizer que muito do povo de esquerda, apenas o é porque os nacionalistas não têm sabido corresponder às suas expectativas e necessidades políticas e sociais. Os nacionalistas que abdicaram de estar presentes na manifestação, por preconceito ideológico, apenas abdicaram do seu espaço e da oportunidade de fazerem ouvir as suas vozes. Em suma cederam espaço àqueles que criticam e consideram inimigos do superior interesse nacional.
A manifestação pode não ter tido outras consequências que não a de um claro protesto faces às políticas deste governo, porém, podemos dizer que os nacionalistas naquele dia fizeram da voz do povo a voz da nação, de forma a que a voz da nação venha a ser a voz do povo.


4) Numa situação de profunda crise do sistema dito “democrático” como é que, na tua opinião, o Nacionalismo pode ajudar o povo Português?

JM: O nacionalismo é a expressão política mais próxima da natureza e consequentemente da natureza humana. Por conseguinte, o nacionalismo não necessita de grande elaborações teóricas ou doutrinárias, pois este, existindo no interior de todos e cada individuo, revela-se com absoluta normalidade.
Naturalmente que anos de formatação imposta pela ditadura do pensamento único, que por sua vez conduziu à tirania do politicamente correcto, que, obediente a interesses alheios ao interesse de cada povo e nação, erigiu o nacionalismo como a ideologia inimiga de um distorcido conceito de humanidade, quando a realidade indica que o nacionalismo representa, primeiramente, a defesa dos interesses da nação antes de quaisquer outros e, sobretudo, a preservação daquilo que nos torna singulares enquanto entidade etnocultural, isto é, a nossa identidade.
Face a políticas de transformação e destruição identitária (refiro-me concretamente à imigração, que na realidade se revela como uma invasão e colonização, conducente a uma gradual substítuição populacional), políticas económicas ao serviço de lóbis, cujo interesses estão longe de servir os interesses da nossa nação, políticas de aculturação que mais não têm feito senão conduzir ao desenraizamento cultural da nossa juventude, extirpada de referentes identitários nacionais, face a tudo isto, o nacionalismo, longe de ser a «Hidra de Lerna», que os processos de diabolização e desinformação instituiram, afirma-se como sendo a derradeira alternativa do século XXI, o século das identidades.
Os nacionalistas não são políticos na acepção que usualmente se concede a esse termo. Os nacionalistas são voluntários nacionais, pessoas devotadas ao bem da nação, que é invariavelmente o bem de todos os portugueses. Fiéis ao lema "nada para nós, tudo para Portugal", os nacionalistas colocam primeiro os seus antes dos outros, à semelhança de que uma qualquer família faz. Como poderá ser isto condenável?
Os nacionalistas são a expressão mais saudável e vigorosa da família portuguesa, pelo seu amor desinteressado e voluntarioso sacrifício que devotam à terra dos nossos antepassados. 

5) Para qualquer jovem (ou menos jovem) que leia esta pequena entrevista, e que esteja a tomar contacto pela primeira vez com esta área, o que lhe tens a dizer? Que deve ele fazer para descobrir as nossas ideias, e simultaneamente fazer algo pela sua Nação?

JM: Qualquer pessoa desiludida com o jogo viciado do Sistema, qualquer pessoa que sinta vibrar no seu coração o sentimento pátrio, qualquer pessoa que coloque os seus primeiro que os outros deverá seguir dois passos: 1º passo, desintoxicar a mente no que respeita à propaganda negra exercida contra os nacionalistas. Primo de Rivera disse que "se as nossas ideias fossem más para o povo, nada iria debilitar-nos tanto como se as mesmas fossem conhecidas". Ora, a verdade é que o ideal nacionalista é muito pouco conhecido em grande parte devido a um aparelho de desinformação apostado em não permitir que o nosso povo conheça os nossos ideais. um nacionalista é uma pessoa igual às demais, defende um nobre ideal e na sua maior parte actua em conformidade com aquilo que postula, ao contrário dos nossos detractores. Quem não conhece um nacionalista que seja, por certo irá ficar amplamente surpreendido por verificar que está diante de uma pessoa afável, com uma cultura acima da média e que se move desinteressadamente pelo bem comum.
2º passo, procurar conhecer nacionalistas individualmente ou estabelecer contacto com as organizações nacionalistas, como são o Partido Nacional Renovador, Movimento de Oposição Nacional, Movimento Nacionalista Autónomo, etc., ou estruturas locais como são as Comunidade Nacionalista Sintrense ou a Comunidade Nacionalista de Loures.
Na internet existem sites e blogues com imensa informação sobre o nacionalismo, os quais poderão servir de introdução ao nacionalismo (os autores dos mesmos deverão ter algum cuidado com o que escrevem, isto é, tornar acessível a leitura àqueles que estão a descobrir o que consiste o ideal nacionalista) e esses mesmos sites e blogues contêm dados necessários para se estabelecer um primeiro contacto.
Portanto, aqueles que não se deixam formatar mentalmente, aqueles que não se acobardam intelectualmente perante o politicamente correcto, estes que venham ter connosco, que falem connosco, e por certo irão ter a agradável surpresa de que afinal nós somos iguais a eles e que aquilo que defendemos é justo e nobre.